06
Jul 07
Salams,
No dia de sexta-feira devemos acordar mais cedo do que nos outros dias. Deve-se usar roupa lavada. Na mesquita, não se deve tentar passar os safs do namaz quando eles estão completos.
Neste dia é muito benéfico rezar-se o Surah Khaf como também durud sharif vezes sem conta. Entre o Khutbah deve-se fazer o duá silenciosamente, sem perturbar os outros, pois é makhrub ( não é bom) fazê-lo em vóz alta. É também muito bom recitar o duá antes de  Maghrib.
Salams, JUMAH-MUBARAK
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30
Abr 07
"A ignorância sobre os outros não precisa de ser combatida com pás e picaretas"

    Um episódio marcante na minha experiência enquanto muçulmana e na relação com outros muçulmanos aconteceu enquanto estudante de Árabe na American University of Cairo. Num período em que a fractura sectária entre o povo sunita egípcio e os fatimidas xiitas ismailis ainda não se exprimira no recém-inaugurado Parque Al-Azhar, um gesto conjunto da construção de um projecto de desenvolvimento social e económico, de beleza e nobreza paisagística, fazendo da maior lixeira intratável da cidade uma área urbana bela e cobiçada, foi-me aconselhado não revelar a minha identidade religiosa.

    Contudo, dois meses longe da família e da comunidade trazem-nos às vezes renovados sentimentos de comunitarismo. Assim, numa tarde em que despertei de uma sesta sob o calor do Verão intenso e que fui lavar a cara, uma muçulmana perguntou-me se me preparava para a oração da tarde. Não sendo minha tradição a prática da oração da tarde em congregação, não achei mal. Aliás, achei até que seria um bom motivo para estreitarmos os nossos laços de fé. O resultado deste possível "encontro" foi desastroso para mim e frustrante e confuso para a jovem muçulmana. Tudo correu mal do ponto de vista das formalidades práticas. Fiz as abluções no "sentido inverso" de como "se devia"; os membros foram lavados na ordem trocada; o lenço que usei não era o mais apropriado; os braços descobertos... requeriam um; e, no fim de tudo, quando me prostrei e pedi auxílio ao todo-poderoso para me acompanhar generosa e benevolentemente naquele que era o dia mais difícil para mim como crente, o meu vestido da Dorothy Perkins, que era o mais comprido que havia para trazer para estas bandas do pudor, abriu-se no meio das pernas deixando ver as minhas pecaminosas coxas! Depois de todo este desaire, a moça perguntou a uma colega de curso, que era tão ismailita quanto eu, há quanto tempo me tinha convertido ao Islão.

    Lamentei que naquele dia nada lhe tivesse contado sobre as maravilhas que encontro nos meus cânticos devocionais muçulmanos de origem indiana, ou das danças e músicas afro-indianas que celebramos em épocas festivas. Lamento ainda que o nosso conhecimento se tenha resumido a preconceitos. Que a ignorância tenha fechado o caminho a uma descoberta fantástica sobre o outro, que afinal é igualmente muçulmano.

    Sempre que me refiro à ignorância que temos uns sobre os outros e às consequências negativas que o desconhecimento pode trazer na relação conflitual entre povos e nações, refiro-me não apenas ao que não se conhece sobre os muçulmanos, da sua história ao seu desenvolvimento civilizacional, mas sugiro aos próprios muçulmanos que fujam à tendência para a homogeneização e hegemonia da fé islâmica, excluindo toda a dimensão cultural que a fé comporta. Todo e qualquer muçulmano deve ser igual ao outro apesar da magnitude de experiências de vida e de
expressões de fé que embelezam, mais do que enfraquecem, a dimensão da vida religiosa enquanto vivida por humanos, tão diferentes como criativos na adoração ao divino.

    É esta ignorância que está na base de muitos dos actuais conflitos civilizacionais e que devemos corrigir nos nossos quotidianos - os muçulmanos sobre os outros muçulmanos, e o resto da sociedade sobre todos os que nelas estejam representados.

    Dito isto, há trabalho a fazer. A educação e de base nas escolas, mesmo laicas no nosso contexto, não deveriam excluir a possibilidade de oferecer um curriculum escolar onde a história das grandes civilizações se fizesse conhecer. Pasmo quando percebo a quantidade de interesses sobre o mundo do conhecimento que fica fora do universo escolar, dos desenvolvimentos teológicos às culturas, da filosofia às ciências, das artes, da arquitectura, da engenharia à linguística ou à história das ideias. Depois, quando os problemas do desconhecimento se levantam, e os conflitos emergem, esperamos que venha o chefe espiritual daquela gente dizer algo que os desculpe, quando, a julgar pela minha própria experiência, não sei que "chefe" pode justificar o quê num Islão tão plural e diverso como é aquele que existe hoje e desde sempre.

    A ignorância sobre os outros não precisa de ser combatida com pás e picaretas, nem fazendo escavações arqueológicas. Estas são úteis, e por isso louvo o excelente trabalho que Cláudio Torres e a sua equipa vão fazendo em Mértola e hoje exibem no museu on line anunciado pelo próprio PÚBLICO ( www.discoverislamicart.org ). Lá pelo menos podemos conceber a tal Europa de que falava Frei Bento, que não precisa de ser necessariamente um clube cristão, mas que enaltece as suas raízes não apenas judaico-cristãs, mas também as islâmicas, para além de outras. Nesta linha ideológica, também Parma, a capital italiana da Música, acolheu colecções e mostras de manuscritos e música raras do Museu Aga Khan ( www.akdn.org ) onde a fé e a cultura estão intimamente ligadas, e onde os crentes continuam integrados e não excluídos ou alienados da sua identidade.

    Para se combater a ignorância há que procurar conhecer. Há que fazer uma caminhada humilde no reconhecimento da importância do outro na formação de cada um de nós. Há que, sobretudo, escolher a literatura e as fontes, pois, como alertava Pacheco Pereira sobre a boa e a má literatura, os bons e os maus blogues, comparando--os aos quiosques e às leituras que elas disponibilizam, cabe-nos a nós escolher o que queremos ler, ver, ouvir e pesquisar.

    O mesmo se aplica às universidades ou aos orientadores que escolhemos. Há os que estão aí para passar os diplomas que passam a irreal e distorcida hegemonia e monolitismo do Islão, seja em instituições públicas ou privadas, e há os que estão aí para realmente ajudar a conhecer mais e melhor e de forma fiável porque também criticam e são rigorosos.

    O teologismo do Islão não responde a todos os desafios que as comunidades de crentes nos colocam, e muito menos oferecem respostas a situações político-económicas de estratégia internacional - para estas temos de procurar as explicações mais razoáveis e de sensatez política. No entanto, a criatividade interpretativa a que o próprio Alcorão inspira, e a leitura diversificada das suas comunidades interpretativas deixam-nos mergulhar nas profundezas de um saber que perpassa o tempo, recorda a história e aviva as memórias da convivência humana e da construção de uma ética e estética de inspiração civilizacional. Pelo que, do que precisamos mesmo, nos dias que correm, é de criar diálogos críticos sobre o conhecimento.


Estudiosa de temas islâmicos
Faranaz Keshavjee
Público, 30.04.2007

03
Abr 07


Milan Rados, Professor da Universidade do Porto

Na Primavera de 1999, a OTAN castigou severamente a Sérvia. A razão deste ataque, sem cobertura da ONU, foi, segundo a Aliança Atlântica, uma catástrofe humanitária que estava a decorrer neste lugar remoto da península balcânica. O povo maioritário, os sérvios, estava a massacrar o povo minoritário, os albaneses. Depois de três meses de bombardeamentos, o regime de Milosevic rendeu-se, e as tropas da OTAN entraram no Kosovo. Foi posteriormente adoptada a resolução da ONU que legalizou a ocupação temporária, mas o território continuou a pertencer juridicamente ao Estado sérvio. Um tribunal da ONU julga os acusados pela catástrofe humanitária. O nome legal para tal catástrofe é genocídio. Muitos já foram condenados pelos diversos crimes de guerra, mas o genocídio no Kosovo não foi confirmado.

A situação presente na região, a segurança dada pela OTAN e paga pela UE, não pode durar eternamente. Por isso, o medidor da ONU, Martti Ahtisaari, ofereceu um plano que prevê independência controlada do Kosovo. A sua proposta coincide com a posição da maior potência do mundo. Os norte-americanos agradecem e apoiam, mas a situação está complicada. Os EUA, a França e o Reino Unido vão apoiar, no Conselho da Segurança, a proposta de Ahtisaari. A Rússia ameaça vetar. A China, embora discretamente, pensa fazer o mesmo. A UE, oficialmente unida, continua realmente dividida entre a velha Europa, que quer ser independente perante os EUA, e a nova Europa, que se alia fortemente com a política externa norte-americana.

Não havendo uma solução na ONU, em que ponto estamos?

Temos uma alta tensão entre a Sérvia e os seus vizinhos, entre a Grécia e os seus vizinhos, entre a Albânia e os seus vizinhos… Se a Rússia apoiar a Sérvia, o que parece garantido, também teremos uma grave crise internacional. Para evitar maiores complicações, os EUA ofereceram à Sérvia a entrada na OTAN e na UE. Claro, se for aceite o plano proposto. Nas eleições realizadas há pouco tempo, os sérvios responderam positivamente. Mais de dois terços votaram nos partidos que ofereceram a perspectiva ocidental. Os sérvios querem viver na UE. Disso já não há dúvidas. Mas, os mesmos sérvios rejeitaram em uníssono a oferta de Ahtisaari. O Kosovo continua a ser algo importante para eles.

As negociações entre a Rússia e os aliados ocidentais não correm bem. A segunda maior potência militar criticou fortemente a política unilateral dos EUA, querendo um papel mais importante nas relações internacionais e, aparentemente, tem trunfos para isso. Enquanto os americanos têm problemas no Afeganistão, no Iraque, no Irão, na Síria, na Somália, na Coreia do Norte… a Putin as coisas não correm mal. Recentes acontecimentos, como são sanções muito limitadas contra o Irão, estão a indicar que as forças das grandes potências estão equilibradas em maior grau do que estiveram no fim da Guerra Fria. Dessa maneira, aumenta a previsibilidade mútua das suas acções; isto traz mais estabilidade às suas relações. Mais estabilidade inspira mais confiança. Esta promete períodos mais largos de paz. Aliás, o sistema internacional multipolar é sempre mais favorável à paz e ao progresso do que qualquer unilateralismo.

Os Balcãs eram e são um barril de pólvora. Já incendiaram um conflito generalizado, o da Primeira Guerra Mundial. Neste momento, os diplomatas estão a jogar. Só as negociações podem conduzir a bom porto.

As imposições sairão sempre, no fim, muito caras.

Jornal de Notícias

29
Jan 07

Salams, como todos sabem, ontem foi a noite de Ashura. Muitos de vós não sabem o significado que tem esta noite e estes primeiros 10 dias do mês de Muharram. eu recomendo uma pesquisa na net, pois informação é o que não falta. Sobre Karbala, sobre estes dias, sobre esta noite.. visita estes links. Apesar de não teres feito qualquer prece ontem, hoje poderás fazê-lo!

http://myciw.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&t=1157

http://www.geocities.com/shianetbr/muharram.htm#Ashura

Todos sabemos que apesar de opiniões divergentes entre Xiaas e Sunnis, esta noite tem sempre as suas razões de ser. 

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Sabemos todos que é muito importante perceber o significado destas noites especiais, mas peço desculpa por não poder fornecer-vos algo realizado pelo Islamnet, já que até a minha presença no blog tem sido diminuta nestes últimos dias. Peço desculpa, e vou tentar estar o máximo possível presente neste blog.

Salams


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