25
Abr 08
Salams. Já há muito que não colocava uma notícia no blog, na sua integridade, mas esta pareceu-me bastante interessante, pois não será motivo de geração de mais polémicas, mas sim, algo para os mais curiosos tentarem entender. É uma boa perspectiva apresentada pelo Professor, mas que deveria ser mais aprofundada como argumento da tese defendida:

"Michael Ross diz que ouro negro perpetua sociedades patriarcais Há autores que dizem que a fraca emancipação das mulheres é culpa do islão ou do falhanço da democracia em alguns países do Norte de África ou do Médio Oriente. Mas Michael Ross, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, tem opinião diferente: afirma que a preservação de culturas e instituições políticas patriarcais é culpa do petróleo.

Num artigo que compara dados das últimas quatro décadas, publicado recentemente na American Political Review of Science, Ross escreve que quanto maiores forem as receitas do petróleo e do gás maior será a entrada de moeda estrangeira e maiores serão as importações. Assim menores serão os empregos que as mulheres poderão ocupar.

Estas, isoladas, sem dinheiro, sem acesso a uma troca de informações, têm mais dificuldade em fazer valer as suas ideias nas sociedades e menos capacidade de mobilização política para defender os seus direitos. "O petróleo perpetua o patriarcado", argumenta o professor norte-americano, colocando em causa a teoria de que o crescimento económico promove a igualdade de género.

O estudo compara os casos da Argélia e da Tunísia, a primeira rica em hidrocarbonetos e a segunda não, onde um rendimento per capita de 937 dólares e uma representação parlamentar feminina de 6% contrastam com um rendimento de 61 dólares e uma representação de 22%.

"Os diferentes tipos de crescimento económico podem ter efeitos diferentes nas relações de género. Quando o crescimento é resultado da industrialização deve trazer mudanças semelhantes à modernização. Mas as receitas provenientes da extracção de petróleo desencorajam muitas vezes a industrialização ao causar a chamada doença holandesa [relação entre a exploração de recursos naturais e o fim da manufactura]", escreve Ross no seu artigo.

O autor diferencia ainda os países onde as mulheres já estavam activas no mercado de trabalho antes da exploração do ouro negro, como sejam a Síria ou até o México, que ele considera excepções interessantes. "As mulheres de ambos os países podem ter beneficiado de muitos anos de governos de centro-esquerda que revelaram interesse pelos seus direitos", argumenta Ross, num artigo provocador onde o islão não é o suspeito do costume."

fonte: DN Online

Salams.

Islamnet.eu

11
Abr 08
Salams.

Como todos vocês, visitantes do blog têm reparado, eu não tenho posto em discussão ou falado muito sobre o filme de Geert Wilders, Fitna. A razão é simples, mas para uns um pouco difícil de compreender, mas que passo a explicar:

Começo com a dúvida de que se aquilo é mesmo um filme ou uma mera montagem de vídeo. Depois, o "filme" não tem nenhum interesse, já que não trás nenhuma "acusação" nova a isto ou aquilo que está escrito no Alcorão e que não tenha tido uma devida resposta. Por outro lado e em terceiro lugar, não existe coerência no "filme". Chegamos ao final e temos uma de duas hipóteses, ou somos totalmente manipulados ou perguntamo-nos a nós mesmos: Ele quer que o Islão seja retirado da Europa? Por estes argumentos? Eu consigo fazer o mesmo com outros livros sagrados de outras religiões. Mas nunca o faria pois sei que tal como nos casos em que se relatam as passagem no Alcorão, existe sempre um facto por detrás, um tempo e um espaço próprios, e por outro lado existem sempre figuras de estilo, hipérboles e eufemismos.

Geert Wilders fez isso, subrepondo todos os princípios éticos e tentando simplesmente conseguir enviar a sua mensagem de ódio e repúdio aos muçulmanos e à religião islâmica. Ele mostra gráficos do crescimento do islão na Europa, e diz que isso tem que acabar???!!!!

Com isto, revelo o meu desinteresse na obra, filme, ou vídeo do youtube, aquilo que seja.

Todavia, a minha perspectiva sobre o "filme" não é nova, mas é aquela, a única a que consigo aderir, e como tal têm circulado na internet alguns vídeos com uma resposta semelhante e que gera e sempre gerou consenso entre os muçulmanos (excluíndo, claro, o extremismo que existe em minoria no Islão).

Eu tinha já vizualizado alguns vídeos e entre os quais um em português, mas neste só vi a primeira parte, sendo que as outras encontrei no fórum MyCiw, bem como a resposta em inglês de um saudita, publicada pelo moderador do fórum Yiossuf Adamgy. Esta resposta ao vídeo, é talvez aquela que melhor revela a minha perspectiva e a do Islão em geral, já que ele faz o mesmo que Geert Wilders, mas com a Bíblia, e demonstra o tal desinteresse no filme "Fitna", pois qualquer um podia pegar num livro sagrado e pôr umas imagens sem contexto com o que está escrito nele e manipular os que vêem o vídeo.

Deixo primeiro o vídeo em Inglês:






Bem como os vídeos em português. São 4:





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