11
Jun 07
Uthman Ibn Affan

 

O Terceiro Califa

 

(644-656)


A Eleição de Uthman


    Antes de morrer em decorrência das punhaladas, as pessoas perguntaram a Umar R.A. quem ele indicava como seu sucessor, Umar indicou um comité composto por 6 dos dez companheiros que o Profeta Muhammadsaws2.gif (1107 bytes) (que a Paz e a Bênção de Deus estejam com ele) tinha dito:


"Eles são as pessoas do Céu"


'    Ali, Uthman, Abdul Rahman, Sa'ad, Az-Zubair e Tal'ha, para escolher o próximo califa dentre eles, ele também esboçou os procedimentos a serem adoptados no caso de surgir qualquer divergência de opinião, Abdul Rahman retirou o seu nome mas foi autorizado pelo comité a nomear o Califa.

   

    Depois de dois dias de discussão entre os candidatos e após ouvida a opinião dos muçulmanos de Madina, verificou-se o empate entre Usman R.A. e 'Ali R.A.


    Abdul Rahman veio até a mesquita junto com outros muçulmanos e após um breve discurso e jurou fidelidade a Usman R.A. todos os presentes fizeram o mesmo e Uthman R.A.  tornou-se o terceiro Califa do Islam.

 


23
Abr 07
Portugal não passava de um território "marginal" do grande Al-Andalus e é por isso não temos mesquitas imponentes como a de Córdova nem palácios sumptuosos como Alhambra. Mas temos os castelos de Lisboa (São Jorge), Moura e Paderne, a vila de Sintra, as muralhas de Silves ou de Évora e até a igreja/mesquita de Mértola. Para não falar dos objectos de uso quotidiano, de várias culturas agrícolas e técnicas de construção ou das palavras que representam 20% da língua que falamos. E é por isso que Portugal é um dos 14 países que integra o museu virtual "à Descoberta da Arte Islâmica".

Lançado ontem na Internet - por cá, a apresentação à imprensa decorreu em Lisboa, no Museu Nacional de Arqueologia -, este projecto junta quase mil anos de História numa plataforma com sínteses explicativas e fichas de 1235 objectos, monumentos e sítios de 14 países da Europa, Norte de África e Médio Oriente. Ou seja, 35 monumentos e 50 objectos de cada país.

Disponível em oito línguas, incluindo o português, e dividido em 18 exposições virtuais (Portugal participou em duas, como se explica na caixa ao lado) , o site www.discoverislamicart.org tem uma linguagem acessível a toda a gente mas cientificamente validada por especialistas. E permite aceder a bases de dados.

3,365 milhões de euros

Concebido pela Museum With No Frontiers/Museu Sem Fronteiras (ONG criada em 1994, que há dois anos lançou na Net o "Museu Virtual"), o projecto foi desenvolvido nos últimos dez anos e custou 3,365 milhões de euros, 80% dos quais pagos por fundos comunitários do programa Euromed Heritage - que, desde 1996, já investiu 60 milhões de euros no património do Mediterrâneo.

Além de uma participação financeira da Fundação Gulbenkian, os restantes 20% do orçamento foram angariados pelos 17 museus-parceiros (que pagam uma quota anual de tês mil euros) e entidades associadas.

Este museu online abarca cidadelas, palácios e casbahs, moedas, tapetes, jóias, caligrafia ou cerâmica desde o início do Islão, no século VII, até 1922, ano em que a instauração da república da Turquia pôs fim ao Império Otomano e ao último dos califas.

"À Descoberta da Arte Islâmica" - título também do livro que acompanha as exposições virtuais, editado pela Inapa -, não só cruza com factos da época a história de várias dinastias (como as dos omeias, abássidas, ayyubidas e mamelucos), como explica a fusão de estilos artísticos. Ao contrário do que muitos pensam, a arte islâmica também representa figuras humanas. E nas arquitecturas românica e gótica há abóbadas islâmicas, lembrou o arqueólogo Cláudio Torres, director do Museu de Mértola e coordenador científico do projecto em Portugal.

"Pela primeira vez, os especialistas foram confrontados com outra visão sobre os objectos", salientou Cristina Correia, vice-presidente da Museu Sem Fronteiras.

Complementar às colecções exibidas nos museus de pedra e cal - o objectivo é "abrir novas possibilidades de contacto com estes objectos", defendeu Luís Raposo, director do MNA -, este museu online funciona ainda como ponte para o diálogo.

Cláudio Torres, recordando que "os grandes museus ocidentais foram feitos com o saque", classifica mesmo a iniciativa como "decisiva para um futuro próximo", face ao cenário político mundial. Por outras palavras: "O Islão não pode ser descolado da civilização greco-romana."

O site é http://www.discoverislamicart.org/exhibitions/ISL/


Texto: Paula Lobo
in Diário de Notícias | 20 de Abril de 2007
http://ecultura.sapo.pt

08
Abr 07

Algo para a tomada de ciência

Dr. Kemel Ayoubi


Deus fez surgir a vida que consiste muito além de um maravilhoso programa inscrito num substrato único com desdobramento e crescimento que faz do germe um organismo e que completa um cenário ambiental na criativa substituição de um ser por outro. Disse Deus no Alcorão:

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" Criamos o ser humano de uma helicóide escorrida que ascende de barro (sulélat). Em seguida, fizemo-lo uma gota que escorre (nutfá) que fixamos em lugar seguro. Então tornamos num prazo menosprezável a menosprezável gota escorrida numa gota fixada (alaká) .E então num prazo menosprezável fizemos da gota fixada uma mórula (múdkhát). E então num prazo menosprezável fizemos da mórula ossos. E então cobrimos os ossos de carne. E então o desenvolvemos, o fizemos crescer, o individualizamos na escuridão (an-xá-néhu) em outra criatura a envelhecer e cujo interior se faz conhecer (khalkán ékharán). Bendito seja Allah criador por excelência. E então após aquilo tudo morrereis indubitavelmente. E então sereis, no Dia da Ressurreição, ressuscitados. [Alcorão 23:12 a 16}.

Deus colocou no ser humano a percepção da existência de Deus (tal qual os demais instintos e sentidos existentes nos indivíduos). Não somente através da revelação de inúmeras éyiét (plural de éyiát = nome dado as frases do Alcorão e que significa provas) como esta, mas fazendo com que este ao existir, também traga consigo facetas da realidade, que quando ao descobrir uma semelhança com o que lhe é apresentado torna-as, subitamente, uma. Disse Deus no Alcorão:

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" E de quando teu rab extraiu dos dorsos dos filhos de Adão seus descendentes e os fez testemunhar, (dizendo) : (Não é verdade que sou vosso rab?. Disseram: Sim, testemunhamo-lo. Fizemos isto para que não dissésseis no Dia da Ressurreição: Nós estávamos quanto a isto desatentos". (Alcorão 7:172).

Vê-se portanto da dotação do ser humano de instrumentos para a vivência discernente. Um que lhe é próprio e que faz parte de sua constituição. Outro é assimilado e conscientizado através da revelação (imediata exposição do que Deus deseja que seja realizado na terra ).

A despeito da preparação do homem para a percepção da realidade da existência divina, anteriormente citada no versículo, Deus não deixou nenhuma nação sem ter lhe enviado um mensageiro que lha esclarecesse o din. Disse Deus no Alcorão:

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" .... e não houve nação alguma que não tivesse tido um admoestador". (Alcorão 35:24).

Por outro lado, o homem desfruta de uma multitude de individualidades. A individualidade da vida, uma vez que só nesta a individualidade emerge. As variedades de características individuais de cada um. Ser um indivíduo, e ter a responsabilidade individual. Disse Deus no Alcorão:

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" E comparecereis ante Nós individualmente, tal como vos criamos da primeira vez." {Alcorão 6:94}.

Esta individualidade, de ser, do ser vivente e em especial o ser humano, implicou numa cobrança individual e intransferível a qual será chamado no iaumu ad-din (Dia da contabilização). Isto se fará em tomando por referência um din (norma). Norma esta que    já seja do conhecimento e da prática de cada indivíduo.

Igualmente o homem foi dotado de uma consciência, que gera nele características de comportamentos diferentes. Disse Deus no Alcorão:

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" Nós orientamo-lhe à senda, quer fosse agradecido, quer fosse ingrato". (Alcorão 76:3).

A consciência gera a percepção de escolha. Na realidade, o homem é obrigado a escolher porque está ciente das alternativas. Disse Deus no Alcorão:

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" E diz-lhes: A verdade emana de vosso Senhor; assim, pois quem desejar que creia, e quem quiser que descreia. (Alcorão 18:29).

Daí não ser a fé (imén) uma categoria ética. Ela é, antes de mais nada, uma categoria cognitiva ampliada, que leva ao conhecimento e à ação e que se desenvolve e se fundamenta com o conhecimento e a interpretação racional dos mundos. Disse Deus no Alcorão:

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" Saiba que não há divindade outra senão Allah e peça perdão das tuas faltas". (Alcorão 47:19).

A opção consciente e a restrição consciente substituem o comportamento reflexo. Nada se sabe ser incompatível com o livre arbítrio considerado como a oportunidade de dirigir suas próprias ações pelo ato de escolher uma de um conjunto de escolhas oferecidas em uma dada circunstância, e à luz de uma expectativa racional.

Obviamente, ao ser humano foram dadas prerrogativas como o ato de pensar, o livre-arbítrio associado a consciência, e a compreensão; condições essenciais para o livre fluxo das idéias e a saúde de entendimento e prática do din de quando Deus ofereceu a custódia (aménah) ao ser humano. Disse Deus no Alcorão:

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"Por certo que apresentamos a custódia (o encargo) aos céus, a terra e às montanhas, que se negaram e temeram recebê-la; porém, o homem se encarregou disso. Ele era injusto e ignorante. [Alcorão 33:72].

Com tal aparato, o homem adquiriu o poder de não se submeter as limitações de seu meio ambiente e passou a modela-lo até certo ponto de acordo com seus desejos conscientes. Os valores perceptíveis pelo ser humano, como traço de Deus e associados ao que julgamos ser semelhante ou dissemelhante; coadunam com os valores prescritos por Deus através da revelação que corroboram-nos independente de gostos por assim dizer (históricos), sendo a unicidade um deles por exemplo.

Como auxiliar no exercício da custódio, Deus pôs o homem sobre uma criação, a terra na qual a todo momento Deus recria o mundo e os atos dos que nele estão. A terra foi tornada maleável e subserviente (muçakkárát) a este na qual exerceria a sua vocação, a chamada íbédát, através do exercício da kilefat. Este auxílio consistiu na implantação nesta sua criação da (sunnatu Allah fi khal-kíhi), ou seja Sua lei ou o Padrão de Deus na existência. Disse Deus no Alcorão:

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"Em verdade, criamos todas as coisas (bi kadár) (reunidas, pegas, sem esforço, num intervalo de tempo, medidas, proporcionais, obedientes, ajuizadas e bem feitas)". [Alcorão 54:49].

E disse em outro lugar no Alcorão:" que é a lei implantada por Deus na sua criação (natureza) e não passível de violação por esta mesma criação sem que a mesma incorra em desarranjo entrópico. Disse Deus no Alcorão:

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" E quem quer que almeje outro din que não seja o Islam jamais lhe será aceito e, no final , contar-se-á entre os perdedores, desviados, diminuídos, sem utilidade (kócirín). {Alcorão 3:85].

Numa sociedade ocidental que pratica a divisão de trabalho, há, é claro, funções especializadas por motivos de conveniência. Por comodidade, e só por comodidade, distingue-se a função científica e da alma. A regra em ciência, do ponto de vista ocidental, é não tentar de maneira alguma explicar fenômenos tão complexos. Em ciência, na acepção ocidental, restringe-se de maneira deliberada a atenção a questões cujas respostas possam receber o beneplácito universal. O âmbito da discussão científica, por assim dizer, é determinado por sistemas modelos.

Em árabe e islamicamente falando, a palavra ílm abrange todos os ramos de estudo. Por conseguinte, manter uma intransponível linha divisória é incorrer em grave mal entendido, decorrente unicamente da peculiaridade lingüística de um idioma latino.

Não há divindade senão Deus: Esta assertiva da unicidade de Deus baniu do vocabulário a iconolatria, o dualismo, o trinitrismo, o politeísmo, etc. ... . Estabeleceu a unicidade absoluta de Deus e que a criação e a criatura estão deste lado da linha divisória que divide o transcendente do natural, sendo este não adorável. Estabeleceu, por outro lado, um elo entre a revelação e o ílm sensitivo. Daí o muçulmano dizer:" Lé iukólifu sahihú al-mankúl sarihú al-maakúl, ou seja, não há divergência entre a revelação correta e o racionalmente evidente".

Portanto o ilmu ad-din ( a ciência religiosa, ou melhor, do sistema islamicamente falando), é um modo de descrever a realidade; porém não se confina, por conseguinte, nos limites da observação sem que nada afirme fora do escopo da observação. Nisto o ílm islâmico difere do conceito ocidental de ciência.

Esta visão do ideário muçulmano entre as duas ordens de realidade, somada à tomada de consciência de que o ser humano é um agente privilegiado pelo Criador (kalifát), e de que contrariamente a visão helênica, onde o homem vive desafiando e tomando o que é dos deuses, o muçulmano em dispondo de um mundo que lhe é muçákkár (subserviente) adentrou a história, não num processo mecanicamente orientado no qual a metafísica da História explicando o aquilo que é em termos do aquilo que foi, simplesmente substitui a metafísica da religião.

Este adentro chama-se jihad fi sabili illéh (empenho conforme a normatização de Deus) e deriva da visão da custódia, da vice gerência e do din a ser implementado durante este exercício pleno da adoração. O jihad teve, e continua tendo, grande repercussão na história do mundo, pois a conflagração desta visão faz com que o indivíduo muçulmano arque com as suas responsabilidades, a sua transmissão e o seu melhoramento, tudo pautado no din (daí não arbitrário) e delimitado unicamente pelos preceitos expressos na frase: jihad-un fi sabíli 'lláh, ou seja empenho de acordo com a normatização divina.

Uma vez ciente disto, os muçulmanos passaram a atuar num estágio que consiste num alcance mundial e do qual faz parte toda a nação do Islam, sendo esta a obrigação de todos.

A pax islâmica, uma vez posta em suas mãos, jamais consistiria numa sociedade monolítica onde haveria somente muçulmanos. A pax islâmica jamais implicou numa conversão ao Islam, e sim estar em relação de paz e numa comunidade (ummah) onde as idéias são livres para circular, e o homem é livre para convencer e ser convencido. Disse Deus no Alcorão:

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" Não há imposição quanto ao din, porque já se destacou a verdade matura do erro. Quem renegar at-tóñ-gút (a tirania) e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo (úrwatún uískó), e Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo. {Alcorão 2:256}.

A soteriologia islâmica é diametralmente oposta a cristã, uma vez que o termo salvação não possui equivalente no vocabulário islâmico. O homem inicia sua vida, intacto começando do ponto zero, sem pecado original e ele tem a revelação e o seu aparato racional pronto para uso, assim como o mundo o está para recebe-lo na sua atuação (o mundo lhe é subserviente). A gratificação do ser humano está no faléh (êxito), que consiste na realização dos imperativos divinos. O mandamento divino é justo, isto é, nem favorável nem desfavorável 'as suas criaturas, inclusive aos próprios muçulmanos.(Allahu lé uehébi ahadán min khalquihí). Disse Deus no Alcorão:

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" ... e Deus não é injusto para com os servos". [Alcorão 3:182].

Para conhecer a determinação divina, o ser humano recebeu a revelação vinda de Deus. Como esta foi corrompida, pervertida ou esquecida, Deus repetiu esta performance no decorrer do tempo cronológico. Daí, todas as revelações concordarem nos princípios, apesar de diferirem em abrangência de um Mensageiro para o seguinte. O din revelado faz nos crer numa ordem do mundo, ou melhor, que este pode também ser ordenado por arranjo humano. O método do arranjo pode consistir em identificar as coisas por grupos , não de coisas idênticas, mas de coisas que parecem sê-lo ou se comportam identicamente, digo isto porque não se realiza a atividade de ordenação ficando-se inerte. Relata o Alcorão nos termos seguintes o preparo e a dotação de raciocínio empírico do destinado a ser kalífát (vice gerente) da terra. Nota-se que este preparo foi feito numa vivência educacional baseada em tentativas e erros. Disse Deus no Alcorão:

"E de quando teu rab {(Condutor político), Senhor, Educador, Ajuizador, (Agente do desenvolvimento), Edificador, Aglutinador, Melhorador} disse aos anjos: Vou instituir um kalífát na terra. Disseram-Lhe: Estabelecerás nela quem ali fará corrupção e derramará sangue enquanto nós celebramos Teus louvores e O glorificamos?. Disse: Eu sei o que vós ignorais. E ensinou a Adão os nomes todos, e depois apresentou-os aos anjos e lhes falou: Nomeai-os para Mim se sois verazes. Disseram: Glorificado sejas. Não possuímos conhecimento, além do que Tu nos proporcionaste, somente Tu és Prudente, Sapientíssimo. Ele ordenou: Ó Adão, informa-lhes seus nomes. E quando ele lhes informou seus nomes, asseverou (Deus): Não vos disse que conheço o incognoscível dos céus e da terra, assim como o que manifestais e o que ocultais. E quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão, todos se prostraram, exceto lúcifer que se negou e ensoberbeceu-se e incluiu-se entre os encobridores. E dissemos: Ó Adão, habita com tua mistura-companheira (zauj) o paraíso e desfrutai dele com a prodigalidade que vos aprouver; e não vos aproximeis desta árvore que sereis dentre os injustos. Todavia, satã os seduziu a ambos, fazendo com que ambos saíssem do que nele se encontravam. Então dissemos: Descei todos dele (paraíso). Sereis inimigos uns dos outros, e, tereis na terra permanência e gozo transitório. Então talakkó (bateu no olho, pôr por terra, informou instruindo , trocou argumentos) Adão de seu din palavras e Ele o perdoou. Ele é o Remissório, o Misericordiosíssimo. E dissemos : Descei todos dele (paraíso). Logo vos chegará de Mim orientação. Aqueles que seguirem a Minha orientação não há porque temer por eles e não serão tristes.{Alcorão 2:30 a 38}

Por oferecer o din parâmetros para a vida, é, portanto, matéria de apreciação e de estudo tanto pelo, por assim dizer, leigo como pelo, por assim dizer, especialista. Disse Deus no Alcorão:

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" ... deve permanecer uma parte de cada coletividade para instruir-se no din... {Alcorão 9:122}. Disse também:

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" E, deste modo constituímo-vos (ó submissos) em uma nação uáçatán, para que sejais xuhadá-a (informantes da notícia decisiva) à humanidade, assim como o Mensageiro o será para vós". {Alcorão 2:143}.

Acontece que muitas pessoas se convencem de que são incapazes de perceber assuntos outros que não os do seu círculo. Tal convicção dá-lhes um sentimento de proteção e resguardo e, é claro, evita-lhes problemas. Aquele que tem cabeça para qualquer coisa pode estar certo que não terá sofrido a usual asfixia do ensino rotineiro e a lavagem cerebral dos meios de comunicação.

O uso pelo Islam de um sistema mais racional das coisas permite o debate mais exaustivo das coisas e em todos os seus pormenores, pois lé háyé-a fi ad-din (não há por que se envergonhar ao questionar sobre o din) Este questionamento é pré-requisito para o maior alcance do próprio Islam. Nunca é tarde lembrar que Islam é o termo usado para designar a revelação de Deus na qual esclarece o Seu din. É também designativo da ação do muçulmano de quando age segundo a revelação. Esta segunda modalidade é desenvolvida no dia a dia, e sujeita a imperfeições corrigidas dentro da dotação humana a luz do primeiro sentido da palavra. O ílm islâmico desenvolvido à luz do exposto, liberta-se das abstrações e pauta-se na observação dos fatos e o mundo será aí compreendido não propriamente como um conjunto de fenômenos e sim como um conjunto de observações ordenadas que possuem uma relação, de tal modo que indicam o que delas se pode esperar no futuro. Disse Deus no Alcorão:

" Certamente fez-se ocorrer antes de vós a lei de Deus na existência; percorrei, pois, a terra e observai as decorrências disto nos desmentidores". {Alcorão 3:137}.

E disse também:

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" Ó humano, tu estás quédihun (esforçando-se numa direção de sentido único) até ter com o seu rab, e o encontrarás." {Alcorão 84:6}

Para encerrar, tomemos um exemplo bem claro, e sem mistérios ou parábolas, de concepções da física contidas no Alcorão. Sabe-se, por exemplo, que uma corrente de gás saída de um tubo onde pode-se distinguir sem olhar para o tubo a parte do gás mais distanciada do tubo, ou seja, a que saiu primeiro. Esta é agora mais desordenada e perdeu a direção imposta pelo fluxo através do tubo. Assim a passagem do tempo no universo é assinalada por um estado crescente de desordem física e divagação. Esta é a 2ª lei da termodinâmica. Disse Deus no Alcorão:

" Pelo que resta, pelo que é extraído no decorrer do tempo (ual-ásr). O ser humano está em subtração (khúsr). Salvo os que acreditaram, os que preservaram a custódia (creram) e que continuamente fizeram as ações que consertam e que estreitaram e ligaram as soluções de continuidade (ta-ué-sau) do devidamente justo-verídico (hák) e que estreitaram e ligaram as soluções de continuidade com a perseverança". {Alcorão 103).

Das éyiét (plural de éyiát = nome dado às frases do Alcorão e que significa provas) acima entende-se: ser o futuro nunca previsível para qualquer elemento da criação, e em especial para o ser humano. Esta imprevisibilidade decorre de não poder se ter plena certeza acerca do presente. Pode-se conceber certa incerteza, certo âmbito de alternativas, certa margem, certa tolerância, mas não se pode conceber a posição da criatura e o seu decurso ao mesmo tempo. Entende-se que a criação sofre no decorrer do tempo uma perda, digamos, da energia do sistema e que esta só é mantida continuamente mediante o aporte ao sistema de nova, digamos, energia. Que a aceitação do aporte só o é se feito de acordo com as vias e a forma, digamos, da energia em falta. Que o controle de manutenção do sistema pode se fazer mediante a retroalimentação que no caso é do tipo positivo ou seja mediante o aporte de nova energia ao sistema e que se faz através do tauáci.

Não há, sem dúvida alguma, qualquer sistema de moralidade que não atribua valor à verdade e ao conhecimento, e acima de tudo, a um autoconhecimento consciente. Portanto é pelo menos estranho que, por parte das pessoas que nas suas vidas alegam ter alta estima pela verdade, apresentem aversão ao Islam, porque, não importa o que se possa imputar ao Islam, não se pode negar que este tem em última instância um único critério: o de ser verdadeiro, se é que há algum sistema que possa reivindicar a mais fanática consideração pela verdade do que ele. Disse Deus no Alcorão:

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"Já vos chegaram as evidências de vosso Rab. Quem as observar será em benefício próprio; quem se obstinar em negá-las será igualmente em prejuízo, e eu não sou vosso guardião." (Alcorão 6:104).


22
Mar 07
Falta de água provoca 1,5 milhões de mortes por ano
A ONU alerta que mais de 1,5 milhões de pessoas, 90 por cento das quais crianças com menos de cinco anos, morrem anualmente devido á falta de água. O director-geral da UNESCO considera que a falta deste bem essencial ameaça a paz e a erradicação da pobreza.
 
( 09:30 / 22 de Março 07 )

 

No Dia Mundial da Água, a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta para a urgência de preservar os recursos hídricos do planeta, tendo em conta que, por ano,
mais de 1,5 milhões de pessoas morre por não ter acesso a água de qualidade ou a higiene.

Cerca de 90 por cento dessas mortes ocorre entre crianças com idade inferior a cinco anos, porque a escassez de água leva a que procurem fontes hídricas pouco saudáveis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

Num relatório agora divulgado, a ONU alerta também que uma em cada cinco pessoas não chega a ter 20 litros de água potável por dia, a quantidade considerada mínima para cada ser humano.

Por outro lado, o consumo médio diário deste bem essencial por europeus e norte-americanos varia entre os 200 a 600 litros.

Estas discrepâncias levam a ONU a concluir que a escassez de água resulta sobretudo da pobreza, sendo que a água imprópria para consumo e a falta de saneamento são o destino das pessoas pobres um pouco por todo o mundo.

Devido à má distribuição deste recurso, a água sai cinco a dez vezes mais cara nos bairros degradados dos países em desenvolvimento, em relação aos locais onde existe água canalizada.

A escassez deste recurso natural acontece sobretudo nas zonas áridas e semi-áridas, frequentemente afectadas por seca e onde existe regra geral uma grande densidade populacional.

A ONU lembra que um elevado número de pessoas exige uma maior produção de alimentos, logo um maior consumo de água, levando os recursos hídricos a serem ainda mais insuficientes naqueles locais.

A falta deste bem essencial, associado ao facto de as reservas hídricas estarem mal distribuídas no planeta, incita a disputa da água que tem provocado vários conflitos, alerta ainda o relatório.

Este cenário levou o director-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Koïchiro Matsuura, a afirmar que a escassez de água e a luta por este bem são uma ameaça a paz e à erradicação da pobreza.

TSF Online

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