30
Abr 07
"A ignorância sobre os outros não precisa de ser combatida com pás e picaretas"

    Um episódio marcante na minha experiência enquanto muçulmana e na relação com outros muçulmanos aconteceu enquanto estudante de Árabe na American University of Cairo. Num período em que a fractura sectária entre o povo sunita egípcio e os fatimidas xiitas ismailis ainda não se exprimira no recém-inaugurado Parque Al-Azhar, um gesto conjunto da construção de um projecto de desenvolvimento social e económico, de beleza e nobreza paisagística, fazendo da maior lixeira intratável da cidade uma área urbana bela e cobiçada, foi-me aconselhado não revelar a minha identidade religiosa.

    Contudo, dois meses longe da família e da comunidade trazem-nos às vezes renovados sentimentos de comunitarismo. Assim, numa tarde em que despertei de uma sesta sob o calor do Verão intenso e que fui lavar a cara, uma muçulmana perguntou-me se me preparava para a oração da tarde. Não sendo minha tradição a prática da oração da tarde em congregação, não achei mal. Aliás, achei até que seria um bom motivo para estreitarmos os nossos laços de fé. O resultado deste possível "encontro" foi desastroso para mim e frustrante e confuso para a jovem muçulmana. Tudo correu mal do ponto de vista das formalidades práticas. Fiz as abluções no "sentido inverso" de como "se devia"; os membros foram lavados na ordem trocada; o lenço que usei não era o mais apropriado; os braços descobertos... requeriam um; e, no fim de tudo, quando me prostrei e pedi auxílio ao todo-poderoso para me acompanhar generosa e benevolentemente naquele que era o dia mais difícil para mim como crente, o meu vestido da Dorothy Perkins, que era o mais comprido que havia para trazer para estas bandas do pudor, abriu-se no meio das pernas deixando ver as minhas pecaminosas coxas! Depois de todo este desaire, a moça perguntou a uma colega de curso, que era tão ismailita quanto eu, há quanto tempo me tinha convertido ao Islão.

    Lamentei que naquele dia nada lhe tivesse contado sobre as maravilhas que encontro nos meus cânticos devocionais muçulmanos de origem indiana, ou das danças e músicas afro-indianas que celebramos em épocas festivas. Lamento ainda que o nosso conhecimento se tenha resumido a preconceitos. Que a ignorância tenha fechado o caminho a uma descoberta fantástica sobre o outro, que afinal é igualmente muçulmano.

    Sempre que me refiro à ignorância que temos uns sobre os outros e às consequências negativas que o desconhecimento pode trazer na relação conflitual entre povos e nações, refiro-me não apenas ao que não se conhece sobre os muçulmanos, da sua história ao seu desenvolvimento civilizacional, mas sugiro aos próprios muçulmanos que fujam à tendência para a homogeneização e hegemonia da fé islâmica, excluindo toda a dimensão cultural que a fé comporta. Todo e qualquer muçulmano deve ser igual ao outro apesar da magnitude de experiências de vida e de
expressões de fé que embelezam, mais do que enfraquecem, a dimensão da vida religiosa enquanto vivida por humanos, tão diferentes como criativos na adoração ao divino.

    É esta ignorância que está na base de muitos dos actuais conflitos civilizacionais e que devemos corrigir nos nossos quotidianos - os muçulmanos sobre os outros muçulmanos, e o resto da sociedade sobre todos os que nelas estejam representados.

    Dito isto, há trabalho a fazer. A educação e de base nas escolas, mesmo laicas no nosso contexto, não deveriam excluir a possibilidade de oferecer um curriculum escolar onde a história das grandes civilizações se fizesse conhecer. Pasmo quando percebo a quantidade de interesses sobre o mundo do conhecimento que fica fora do universo escolar, dos desenvolvimentos teológicos às culturas, da filosofia às ciências, das artes, da arquitectura, da engenharia à linguística ou à história das ideias. Depois, quando os problemas do desconhecimento se levantam, e os conflitos emergem, esperamos que venha o chefe espiritual daquela gente dizer algo que os desculpe, quando, a julgar pela minha própria experiência, não sei que "chefe" pode justificar o quê num Islão tão plural e diverso como é aquele que existe hoje e desde sempre.

    A ignorância sobre os outros não precisa de ser combatida com pás e picaretas, nem fazendo escavações arqueológicas. Estas são úteis, e por isso louvo o excelente trabalho que Cláudio Torres e a sua equipa vão fazendo em Mértola e hoje exibem no museu on line anunciado pelo próprio PÚBLICO ( www.discoverislamicart.org ). Lá pelo menos podemos conceber a tal Europa de que falava Frei Bento, que não precisa de ser necessariamente um clube cristão, mas que enaltece as suas raízes não apenas judaico-cristãs, mas também as islâmicas, para além de outras. Nesta linha ideológica, também Parma, a capital italiana da Música, acolheu colecções e mostras de manuscritos e música raras do Museu Aga Khan ( www.akdn.org ) onde a fé e a cultura estão intimamente ligadas, e onde os crentes continuam integrados e não excluídos ou alienados da sua identidade.

    Para se combater a ignorância há que procurar conhecer. Há que fazer uma caminhada humilde no reconhecimento da importância do outro na formação de cada um de nós. Há que, sobretudo, escolher a literatura e as fontes, pois, como alertava Pacheco Pereira sobre a boa e a má literatura, os bons e os maus blogues, comparando--os aos quiosques e às leituras que elas disponibilizam, cabe-nos a nós escolher o que queremos ler, ver, ouvir e pesquisar.

    O mesmo se aplica às universidades ou aos orientadores que escolhemos. Há os que estão aí para passar os diplomas que passam a irreal e distorcida hegemonia e monolitismo do Islão, seja em instituições públicas ou privadas, e há os que estão aí para realmente ajudar a conhecer mais e melhor e de forma fiável porque também criticam e são rigorosos.

    O teologismo do Islão não responde a todos os desafios que as comunidades de crentes nos colocam, e muito menos oferecem respostas a situações político-económicas de estratégia internacional - para estas temos de procurar as explicações mais razoáveis e de sensatez política. No entanto, a criatividade interpretativa a que o próprio Alcorão inspira, e a leitura diversificada das suas comunidades interpretativas deixam-nos mergulhar nas profundezas de um saber que perpassa o tempo, recorda a história e aviva as memórias da convivência humana e da construção de uma ética e estética de inspiração civilizacional. Pelo que, do que precisamos mesmo, nos dias que correm, é de criar diálogos críticos sobre o conhecimento.


Estudiosa de temas islâmicos
Faranaz Keshavjee
Público, 30.04.2007

13
Abr 07
Numa tentativa de realçar a imagem e o nome do Islam no mundo, os peritos do Muslim Aid’s  estão a aplicar o que aprenderam durante as tragédias na Indonésia aos povos das ilhas de  Salomão que sofreram um terramoto de que derivou um tsunami na semana passada.



No dia 2 de Abril, um tsunami matou pelo menos 50 pessoas que foram vítimas de um terramoto forte no Pacífico sul, que teve 8 valores aprox. na escala de Richter. As ilhas que são povoadas por 500.000 pessoas sofreram muitas perdas materiais, já que as casas são construídas com materiais "fracos". De acordo com a BBC, os danos subordinaram-se por volta das 300 casas destruídas na vila de Sasamungga na ilha de Choiseul e muitos corpos foram simplesmente vistos a flutuar no mar.

Akyari Hanonto e Muhammad Farim Wiraseputra chegaram á zona verificando que os povos sofrem grandes carências alimentares mas também e principalmente sofrem de falta de água potável, nesta zona estima-se que hajam 6.000 desalojados.

Hanonto disse á AFP: “Não há nenhuma dúvida de que o Islam possui um problema de imagem em algumas partes do mundo mas nós estamos aqui para mostrar que a nossa fé nos diz para ajudar o irmão, qualquer que seja a sua religião”.

Ambos os peritos do disastre consideram ser esta uma possibilidade de consolidação entre cristãos e muçulmanos, servindo ainda para mostrar que o terrorismo não faz parte do verdadeiro Islam.

Hanonto refere ainda que eles só estão lá para ajudar, não para fazerem ataques terroristas, e que o terrorismo não pertence ao Islam.

Muitos dos habitantes das ilhas fugiram para regiões mais elevadas, com medo que apareça um novo Tsunami, outras bebem água não potável, ágyua suja que escorre nos esgotos.

Wiraseputra avisa que apesar de esta catástrofe apenas ter causado 50 mortos, não deve ser encarada como um pequeno desastre, pois as grandes consequências ainda estão para vir e ainda à muito que fazer

 IslamNet sob fontes inglesas AJP/ Islam Online/ Aljazeera



15
Jan 07
Bagdad - As autoridades iraquianas divulgaram esta segunda-feira um vídeo oficial das execuções do meio-irmão de Saddam Hussein, Barzan Ibrahim al-Tikriti, e do antigo presidente do tribunal revolucionário iraquiano, Awad al-Bandar.
De acordo com a agência Lusa, o filme mostra o cadáver decapitado do meio-irmão de Saddam, com a cabeça a vários metros do corpo estendido no chão, situação que o porta-voz do Governo, Ali al-Dabbagh, explicou tratar-se de «um raro incidente», assegurando terem sido cumpridos todos os procedimentos.

O mesmo porta-voz tinha já anunciado hoje o cumprimento da pena atribuídas aos acusados, considerados culpados, em conjunto com o ex-presidente iraquiano, da morte de 148 xiitas na vila curda de Doujail, em 1982, depois de um atentado falhado contra a comitiva presidencial que visitava a região.

Tanto Barzan, antigo chefe dos serviços secretos iraquianos, como Awad al-Bandar, presidente do tribunal que condenou à morte o grupo de xiitas, tinham a execução agendada para o mesmo dia de Saddam, 30 de Dezembro, tendo a mesma sido adiada por razões desconhecidas.

Posteriormente marcada para 4 de Janeiro, voltou a ser adiada devido à pressão internacional, que se insurgiu contra a divulgação de um vídeo com a execução do ex-Presidente iraquiano. O local onde as três execuções foram realizadas permanece desconhecido.

Jornal  Digital

14
Jan 07
Pelo menos 20 estudantes foram detidos este domingo quando se manifestavam frente à Kala Academy, onde decorria o doutoramento Honoris Causa do Presidente da República português, Cavaco Silva, atribuído pela Universidade de Goa. Os alunos protestavam contra a entrega deste grau académico a um cidadão estrangeiro.


Os manifestantes empunhavam cartazes escritos em inglês e hindi, exibindo palavras de ordem como "abaixo o imperialismo" e "14 de Janeiro - Dia negro para a Universidade de Goa", segundo avança a rádio 'TSF'.



O incidente ocorreu frente à Kala Academy, onde decorreu o doutoramento em literatura de Cavaco Silva.

A organização estudantil criticou o facto de a Universidade de Goa ter escolhido um cidadão estrangeiro para atribuir pela primeira vez o doutoramento Honoris Causa, defendendo que essa distinção devia ser dada a goeses ou indianos.

Cavaco Silva não viu nem ouviu os protestos mas teve conhecimento do incidente e não ficou incomodado. Em declarações aos jornalistas que o acompanham na visita à Índia, após a cerimónia de doutoramento, o Presidente da República desvalorizou a manifestação. "Não estou incomodado. Até porque sei que quer as autoridades de Nova Deli quer as autoridades daqui (Goa) disseram que rejeitam completamente estas atitudes, muito minoritárias, contra Portugal", disse Cavaco Silva.

Correio da Manhã

Em consequência dos ataques que diariamente se registam na capital iraquiana




Nos últimos nove meses, 600 funcionários públicos perderam a vida em Bagdade em consequência de ataques armados lançados pela revolta ou grupos terroristas.

O governo iraquiano salienta, num comunicado oficial, que estes ataques causaram ainda numerosos feridos, a deterioração dos serviços proporcionados pela administração pública e grandes prejuízos materiais.

No texto é pedido aos membros do governo e a todos os iraquianos que se esforcem para proteger os funcionários que fornecem "serviços que têm por objectivo servir a cidade de Bagdade".


Jornal de Notícias

Salams,
Ok. já sabemos o que é mais visitado, isto no geral, porque posteriormente desenvolveremos.

Mas...e que hotel devo escolher?

Lista dos hotéis Lista de hotéis registados por Classificação

13
Jan 07
Salams.
ok...ok.. eu percebo que todos nós vemos esses donos do petróleo no topo, e do outro lado crianças a morrer à fome, guerras intermináveis. Sim, é tudo por culpa deles, desses que pensam que o dinheiro é tudo,desses que não sabem onde gastá-lo,  desses  que não olham para os seus irmãos... simplesmente desses que não respeitam o dever de ajudar, e que dizem-se muçulmanos.

Mas... neste dossier não queremos mostrar a parte cruel desses que se dizem pertencer ao islão.
Simplesmente queremos mostrar uma cidade,  bastante conhecida, que é o Dubai. nada mais que isso!

---------------------------------------------------------------------------------------------------------
Neste capítulo do dossier podemos ver as melhores coisas do Dubai, aquelas onde todos os visitantes desta cidade procuram. Simplesmente o melhor do Dubai!!!

Clica aqui para fazeres o download do ficheiro word " Glamour e Brilho"




Bibliografia:

World Business

Setembro 2008
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29
30


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

pesquisar
 
blogs SAPO