Após tomar posse, Umar R.A. falou aos muçulmanos de Madina:
"Ó povo de Madina, vocês têm direitos sobre mim que deverão sempre ser reivindicados. Um desses direitos é o de que quem vier até mim para pedir deve sair satisfeito. Um outro direito é que vocês devem exigir que eu não use injustamente as receitas do estado. Também podem exigir que eu fortaleça as suas fronteiras e não os coloque em perigo. Também é seu direito que, ao saírem para lutar, eu cuide das suas famílias como um pai faria na sua ausência. Ó povo de Madina, permaneçam conscientes de Deus, perdoem as minhas faltas e ajudem-me na minha tarefa. Orientem-me no bem e proibam-me o mal. Aconselhem-me em relação às obrigações que Deus me impôs..."
A característica mas notável do califado de Umar R.A foi a grande expansão do Islam, foram várias as conquistas, além da Arábia, o Iraque, a Palestina e o Irão ficaram sobre a proteção do governo islâmico mas a grandeza de Umar R.A. está na qualidade do seu governo, ele deu um sentido prático às injunções Alcorânicas.
"Ó fiéis, sede firmes quando observardes a justiça, actuando com testemunhas, por amor a Deus, ainda que o testemunho seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou contra vossos parentes, seja o acusado rico ou pobre, porque a Deus incumbe protegê-los." (Alcorão Sagrado 4º:135)
Certa vez, uma mulher apresentou uma queixa contra Umar R.A. quando ele apareceu no julgamento perante o juiz, este levantou-se em sinal de respeito por ele. Umar R.A repreendeu-o dizendo:
"Este é o primeiro acto de injustiça que você fez com esta mulher!"
Ele insistia em que os governadores indicados por ele deviam viver uma vida simples e ser acessíveis àqueles que os procurassem e que ele próprio era o exemplo para eles muitas vezes enviados e mensageiros mandados por outros dignitários o encontraram descansando debaixo de uma palmeira ou rezando na mesquita entre o povo, e era difícil distinguir entre todos quem era o Califa.
Muitas noites ele passava acordado percorrendo as ruas de Madina, para ver se alguém estava a necessitar de alguma coisa, o aspecto geral do ponto de vista social e moral da sociedade muçulmana daquela época está ilustrado nas palavras de um egípcio que havia sido enviado para espionar os muçulmanos, durante a campanha egípcia, ele contou:
"Vi um povo, todos amam mais a morte do que a vida. Cultivam a humildade mais do que o orgulho. Ninguém tem ambição material. O seu modo de viver é simples. O seu líder é igual a eles. Não fazem distinção entre o superior e o inferior, entre o senhor e o escravo. Quando chega a hora da oração, ninguém fica para trás ..."
Umar R.A. deu ao seu governo uma estrutura administrativa, criou os departamentos do tesouro, do exército e das receitas públicas, estabeleceu salários regulares para os soldado, fez um censo da população, fez pesquisas no sentido de estipular taxas equitativas.
Novas cidades foram fundadas, as áreas que ficaram sob o domínio muçulmano ele as dividiu em províncias e indicou os governadores, novas estradas foram abertas e alojamentos foram construídos, foram criados fundos públicos para amparar os pobres e necessitados.
Ele definiu, de facto e pelo exemplo, os direitos dos não muçulmanos, a seguir, mostramos um exemplo de um contrato com os cristãos de Jerusalém:
"Esta é uma protecção que o servo de Deus, Umar, o governante dos crentes, concede às pessoas de Eiliya (Jerusalém). A proteção é para as suas vidas e bens, as suas igrejas e cruzes, as suas doenças e saúde, e alcança a todos os seus correligionários. As suas igrejas não devem ser usadas como habitação e nem devem ser demolidas, nem qualquer ataque a elas ou aos seus componentes ou às suas cruzes e nem suas propriedades serão feitos de qualquer forma. Não há compulsão em matéria religiosa para essas pessoas e nem devem sofrer qualquer injúria por conta da religião. O que está escrito aqui está de acordo com as ordens de Deus e a responsabilidade do Seu Mensageiro, dos califas e dos crentes e será melhor, na medida em que paguem o Jizya (imposto devido para a defesa de não muçulmanos) imposta a eles."
Os não muçulmanos que lutaram juntamente com os muçulmanos, foram isentados do pagamento do Jizya e quando os muçulmanos se retiravam da cidade em que cidadãos não muçulmanos tinham pago aquela taxa para sua defesa, o valor da taxa era devolvido, o velho, o pobre, o deficiente, muçulmano ou não, eram igualmente amparados pelos recursos do tesouro e dos fundos do Zakat.
Continua....