No Dia Mundial da Água, a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta para a urgência de preservar os recursos hídricos do planeta, tendo em conta que, por ano, mais de 1,5 milhões de pessoas morre por não ter acesso a água de qualidade ou a higiene.
Cerca de 90 por cento dessas mortes ocorre entre crianças com idade inferior a cinco anos, porque a escassez de água leva a que procurem fontes hídricas pouco saudáveis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Num relatório agora divulgado, a ONU alerta também que uma em cada cinco pessoas não chega a ter 20 litros de água potável por dia, a quantidade considerada mínima para cada ser humano.
Por outro lado, o consumo médio diário deste bem essencial por europeus e norte-americanos varia entre os 200 a 600 litros.
Estas discrepâncias levam a ONU a concluir que a escassez de água resulta sobretudo da pobreza, sendo que a água imprópria para consumo e a falta de saneamento são o destino das pessoas pobres um pouco por todo o mundo.
Devido à má distribuição deste recurso, a água sai cinco a dez vezes mais cara nos bairros degradados dos países em desenvolvimento, em relação aos locais onde existe água canalizada.
A escassez deste recurso natural acontece sobretudo nas zonas áridas e semi-áridas, frequentemente afectadas por seca e onde existe regra geral uma grande densidade populacional.
A ONU lembra que um elevado número de pessoas exige uma maior produção de alimentos, logo um maior consumo de água, levando os recursos hídricos a serem ainda mais insuficientes naqueles locais.
A falta deste bem essencial, associado ao facto de as reservas hídricas estarem mal distribuídas no planeta, incita a disputa da água que tem provocado vários conflitos, alerta ainda o relatório.
Este cenário levou o director-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Koïchiro Matsuura, a afirmar que a escassez de água e a luta por este bem são uma ameaça a paz e à erradicação da pobreza.
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