O porta-voz da polícia do condado de Webster, Tom Claunch, revelou ao diário, citando a mãe do menor, que a criança, cujo corpo foi encontrado domingo passado, tinha visto, no sábado, as notícias sobre a execução de Saddam Hussein antes de se enforcar.
De acordo com um psicólogo, Edward Bischof, o menino possivelmente quis «imitar» um comportamento transmitido pela televisão que lhe pareceu interessante e emocionante.
«Creio que, talvez, esta criança tenha feito algo que lhe pareceu divertido sem ter a maturidade emocional e psicológica para pensar no que fazia», sustentou.
Diário Digital / Lusa
«Onde estava a humilhação? Nos gritos dos presentes? O que eles fizeram foi essencialmente rezar e suplicar por ele», disse Mowaffak al-Rubaie, conselheiro iraquiano para a Segurança, em entrevista à CNN.
Condenado à pena de morte a 5 de Novembro por «crimes contra a Humanidade», Saddam Hussein foi enforcado sábado de madrugada numa caserna em Bagdad.
A execução do ex-presidente iraquiano provocou uma onda de indignação e poderá alargar ainda mais o fosso entre as comunidades sunita e xiita, sobretudo depois da divulgação, na Internet, de um vídeo pirata do enforcamento de Hussein.
As imagens, tiradas com a câmara de um telemóvel, mostram a execução em todos os pormenores e revelam que alguns dos participantes gritaram o nome do líder radical xiita Moqtada Sadr.
Outros dos presentes invectivaram Saddam nos últimos instantes de vida, ouvindo-se gritos de vingança logo após a morte do ex- ditador.
As autoridades iraquianas divulgaram no próprio dia um vídeo oficial da execução - alguns segundos de imagem, sem som, mostrando os últimos momentos de Saddam - mas, no domingo, foi colocado na Internet um vídeo pirata de mais de dois minutos em que se mostra o enforcamento até ao fim.
Este vídeo completo da execução, transmitido primeiro pela televisão árabe por satélite Al-Jazira e depois por vários canais estrangeiros, suscitou protestos entre a minoria sunita iraquiana e a indignação de dirigentes de todo o mundo.
Terça-feira, o governo iraquiano anunciara ter aberto um inquérito para determinar quem fez a gravação, aparentemente com um telemóvel, e quem a difundiu, tendo anunciado quarta-feira a detenção de um dos guardas presentes no enforcamento.
«Alguns espectadores mencionaram o nome de Moqtada. E ele (Saddam) respondeu-lhes. Não vejo onde está a humilhação», comentou Mowaffak al-Rubaie.
«Moqtada, Moqtada, Moqtada» não é um insulto, não é uma palavra obscena, eles não o estavam a insultar. Sei que não é legal e que foi um erro, mas foi a crença deles», justificou.
«Quando deixei a sala estava seguro de que tudo o que tinha acontecido tinha sido de acordo com as regras. Mas com o vídeo, vi que foram cometidos erros e isso tem de ser levado em conta. Temos de agir neste caso», acrescentou o responsável iraquiano.
Interrogado sobre uma dança efectuada por alguns dos presentes na sala, em torno do corpo de Saddam, Mowaffak al-Rubaie disse ter pensado que seria uma tradição dos iraquianos.
«Eles dançam em volta do corpo e manifestam os seus sentimentos. Onde é que está o problema?», perguntou.
Mowaffak al-Rubaie disse ter visto vários telemóveis empunhados por alguns dos presentes mas desmentiu ter um com ele nessa altura, como já foi aventado por várias entidades.
Explicou que o governo tinha decidido divulgar um vídeo oficial da execução para mostrar ao mundo que a pensa de morte tinha sido cumprida e para evitar especulações.
Lusa/SOL
De acordo com as Nações Unidas, em Outubro foram mortos 3700 civis, um número considerado exagerado pelo Governo do país. Segundo a ONU, no Iraque morrem 120 civis por dia.
Uma fonte citada pela Reuters, sob a condição de anonimato, os 1930 civis mortos em Dezembro foram vítimas de explosão de bombas e de troca de tiros — o que o Governo refere como "terrorismo" —, não havendo nenhum caso referenciado como "crime". Esta separação entre vítimas do terrorismo e vítimas da criminalidade comum pode ser uma das causas da diferença entre os números das Nações Unidas e do Governo.
A confusão aumentou quando o Governo do país deixou de divulgar oficialmente o número de civis mortos, mas os dados do Ministério do Interior a que a agência Reuters teve acesso parecem confirmar as informações que foram sendo recolhidas pelos jornalistas ao longo do ano.
Ainda segundo os dados do Ministério do Interior, em Dezembro foram mortos 125 polícias e 25 soldados iraquianos, um número semelhante ao registado nos dois meses anteriores.
No mês passado foram mortos no Iraque 112 soldados americanos, o que elevou para mais de três mil o número total de militares dos Estados Unidos mortos desde a invasão do país, em Março de 2003.
Devido à recusa do Governo em divulgar os seus dados e às dificuldades de recolha de informação num país à beira da guerra civil, as informações avançadas pelas agências noticiosas ficam aquém da realidade, até porque não incluem os feridos que acabam por morrer dias depois de um atentado nem os civis raptados e cujo paradeiro permanece desconhecido.
Um avião da companhia aérea grega Olympic Airlines aterrou este domingo de emergência num aeroporto irlandês, depois de um alerta de bomba em nome do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein, executado sábado, escreve a Lusa.
«Desconhecidos falando inglês com pronúncia árabe» telefonaram para o aeroporto de Atenas avisando da presença de um engenho explosivo a bordo do aparelho, «em nome de Saddam Hussein», revelou um porta-voz da companhia aérea.
O avião, que seguia de Nova Iorque para Atenas, aterrou de emergência no aeroporto mais próximo, o de Shannon, na Irlanda, às 04:20 horas da madrugada de hoje.
A meio da manhã prosseguiam as buscas dentro do avião, um Airbus A340, enquanto os 183 passageiros e 12 membros da tripulação foram instalados num hotel, indicou a mesma fonte.
LUSA / Portugal Diário