«Posso confirmar que violentos confrontos começaram em várias linhas de combate», afirmou um comandante islâmico, xeque Mohamed Ibrahim Bilal, citado pela BBC online.
«Há bombardeamentos em todo o lado, as nossas forças estão a enfrentar os islamitas», disse, por seu lado, um comandante das forças governamentais, Ibrahim Batari.
Os confrontos mais violentos estão a registar-se em Deynunay, a cerca de 20 quilómetros de Baidoa, onde está instalado o Governo de transição, dada a instabilidade que se vive na capital, Mogadíscio.
O comissário europeu para o Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, Louis Michel, estava hoje de manhã em Baidoa, onde manteve encontros com o primeiro-ministro, Ali Mohamed Ghedi, e com vários deputados, mas já se encontra em Mogadíscio.
Na capital, o comissário europeu vai encontrar-se com responsáveis da União dos Tribunais Islâmicos (UTI) numa tentativa para que sejam retomadas as negociações de paz.
A UTI tem lutado nos últimos meses contra os chamados senhores da guerra, que se uniram para expulsar do país todos os elementos da rede terrorista Al Qaeda.
A UTI controla agora quase todo o país, pretende instaurar a sharia (lei islâmica) e apelou à jihad (guerra santa).
Esta crescente influência dos radicais islâmicos está a preocupar a comunidade internacional pelo receio de que o país se torne um paraíso para elementos da Al Qaeda.
Os islâmicos negam contudo qualquer ligação à organização liderada por Osama bin Laden.
A Somália vive em anarquia desde a queda do regime do ditador Siad Barre, em 1991, com constantes lutas entre os senhores da guerra pelo controlo do território.
O governo de transição funcionou a partir do vizinho Quénia e está há quase um ano instalado em Baidoa, que era até agora considerada uma região mais segura.
Diário Digital / Lusa