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Jul 07
Longe vão os tempos em que o avô do actual Aga Khan se sentava na extremidade de uma balança enquanto os ismaelitas depositavam ouro ou pedras preciosas na outra extremidade até se atingir o peso de Sir Sultan Mahomed Shah.

Cinquenta anos depois, o príncipe Karim al-Hussayni, que lhe sucedeu como líder espiritual da comunidade ostenta o título de Aga Khan IV, o 49.º imã dos ismaelitas, assumindo-se, cada vez mais, como uma ponte no relacionamento entre muçulmanos sunitas e xiitas ou entre o mundo islâmico e Ocidente, como ainda recentemente explicava em entrevistas que concedeu às revistas L'Express e Der Spiegel.

Líder incontestado de uma comunidade que ontem começou a festejar o 50.º aniversário da sua subida ao trono do Imamat Ismaeli, Aga Khan IV prepara-se agora para visitar 35 países com quem os ismaelitas têm especiais relações de cooperação até 18 de Julho do próximo ano.

Um desses Estados será Portugal, onde as celebrações do Jubiléu deverão ser aproveitadas para a lançamento de novos projectos de desenvolvimento e de solidariedade social.

Muito na linha do que tem vindo a ser efectuado pela Rede Aga Khan para o Desenvolvimento e pela própria Fundação Aga Khan.

Entre os projectos que deverão ser anunciados a curto prazo, e que decorrem do acordo assinado com o Estado português em 2005, deverá estar a criação da academia Aga Khan de excelência destinada a alunos carenciados do ensino básico e secundário que revelem especiais dificuldades financeiras.

Um projecto que ainda está a ser negociado, mas que deverá ser instalado na região da Grande Lisboa e que poderá vir a acolher alunos de todo o país em regime de internato.

Paralelamente, a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento prepara-se também para implementar, através das suas agências especializadas, um programa de concessão de micro-créditos em Portugal e reforçar os projectos de desenvolvimento comunitário urbano na zona alta de Lisboa, na Ameixoeira e em Mira Sintra.

Mas uma das grandes apostas deste Jubileu dos ismaelitas, que têm igualmente uma presença muito significativa ao nível da educação, da saúde e dos projectos de âmbito social em Moçambique, será a criação do Centro Global para o Pluralismo, que ficará sediado no Canadá e que poderá vir a ter uma delegação em Portugal.

É um projecto que o próprio Aga Khan justificou há um ano e meio em Portugal, quando invocou a especial diversidade cultural da comunidade ismaelita como um contributo para uma maior aproximação entre países, civilizações e religiões numa época conturbada e muito marcada pela violência e pelos atentados perpetrados pelos radicais islamitas.

Sem que o mundo ocidental perceba que os primeiros afectados por essa violência é são, muitas vezes, os próprios muçulmanos. Como sucede quase todos os dias no Iraque e no Afeganistão ou até no Paquistão, na Argélia e em Marrocos.

Temas que - a par da promoção do papel da mulher e de um maior pluralismo no mundo árabe e islâmico ou da luta contra a pobreza, deverão dominar, a partir de agora, as comemorações oficiais dos 50 anos do Imamat Ismaeli de Aga Khan IV.|
fonte: DN Online

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