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Abr 07


Milan Rados, Professor da Universidade do Porto

Na Primavera de 1999, a OTAN castigou severamente a Sérvia. A razão deste ataque, sem cobertura da ONU, foi, segundo a Aliança Atlântica, uma catástrofe humanitária que estava a decorrer neste lugar remoto da península balcânica. O povo maioritário, os sérvios, estava a massacrar o povo minoritário, os albaneses. Depois de três meses de bombardeamentos, o regime de Milosevic rendeu-se, e as tropas da OTAN entraram no Kosovo. Foi posteriormente adoptada a resolução da ONU que legalizou a ocupação temporária, mas o território continuou a pertencer juridicamente ao Estado sérvio. Um tribunal da ONU julga os acusados pela catástrofe humanitária. O nome legal para tal catástrofe é genocídio. Muitos já foram condenados pelos diversos crimes de guerra, mas o genocídio no Kosovo não foi confirmado.

A situação presente na região, a segurança dada pela OTAN e paga pela UE, não pode durar eternamente. Por isso, o medidor da ONU, Martti Ahtisaari, ofereceu um plano que prevê independência controlada do Kosovo. A sua proposta coincide com a posição da maior potência do mundo. Os norte-americanos agradecem e apoiam, mas a situação está complicada. Os EUA, a França e o Reino Unido vão apoiar, no Conselho da Segurança, a proposta de Ahtisaari. A Rússia ameaça vetar. A China, embora discretamente, pensa fazer o mesmo. A UE, oficialmente unida, continua realmente dividida entre a velha Europa, que quer ser independente perante os EUA, e a nova Europa, que se alia fortemente com a política externa norte-americana.

Não havendo uma solução na ONU, em que ponto estamos?

Temos uma alta tensão entre a Sérvia e os seus vizinhos, entre a Grécia e os seus vizinhos, entre a Albânia e os seus vizinhos… Se a Rússia apoiar a Sérvia, o que parece garantido, também teremos uma grave crise internacional. Para evitar maiores complicações, os EUA ofereceram à Sérvia a entrada na OTAN e na UE. Claro, se for aceite o plano proposto. Nas eleições realizadas há pouco tempo, os sérvios responderam positivamente. Mais de dois terços votaram nos partidos que ofereceram a perspectiva ocidental. Os sérvios querem viver na UE. Disso já não há dúvidas. Mas, os mesmos sérvios rejeitaram em uníssono a oferta de Ahtisaari. O Kosovo continua a ser algo importante para eles.

As negociações entre a Rússia e os aliados ocidentais não correm bem. A segunda maior potência militar criticou fortemente a política unilateral dos EUA, querendo um papel mais importante nas relações internacionais e, aparentemente, tem trunfos para isso. Enquanto os americanos têm problemas no Afeganistão, no Iraque, no Irão, na Síria, na Somália, na Coreia do Norte… a Putin as coisas não correm mal. Recentes acontecimentos, como são sanções muito limitadas contra o Irão, estão a indicar que as forças das grandes potências estão equilibradas em maior grau do que estiveram no fim da Guerra Fria. Dessa maneira, aumenta a previsibilidade mútua das suas acções; isto traz mais estabilidade às suas relações. Mais estabilidade inspira mais confiança. Esta promete períodos mais largos de paz. Aliás, o sistema internacional multipolar é sempre mais favorável à paz e ao progresso do que qualquer unilateralismo.

Os Balcãs eram e são um barril de pólvora. Já incendiaram um conflito generalizado, o da Primeira Guerra Mundial. Neste momento, os diplomatas estão a jogar. Só as negociações podem conduzir a bom porto.

As imposições sairão sempre, no fim, muito caras.

Jornal de Notícias

  Abu Nasr MuhammadIbn Al Farakh Al Farabi

 

 Al Farabi

 

Al Farabi.gif (26961 bytes)

Al Farabi foi o maior filosofo muçulmano antes de Avicena, escreveu um tratado de alta espiritualidade e nobre sentimento intitulado ''A Cidade Modelo'', partindo do princípio platônico de que o homem foi feito para viver em sociedade, Al Farabi chegou a conclusão que o Estado perfeitamente organizado deve cobrir todo o mundo habitado e compreender toda a humanidade.

Abu Nasr Muhammad Ibn Al Farakh Al Farabi nasceu em uma pequena vila chamada Wasij, próximo a Farab no Turkistão em 259 Hégira (870 ). Seus pais eram originalmente da Pérsia, mas seus antepassados tinham emigrado para o Turkistão, ficou conhecido como Al Phrarabius na Europa, Al Farabi era o filho de um general, concluiu seus estudos nas cidades de Farab e Bukhara, mais tarde foi para Bagdá para estudos mais elevados, onde estudou e trabalhou por muito tempo de 901 à 942.

Durante este período aprendeu diversas línguas e várias ramos do conhecimento e da tecnologia, foi contemporâneo do califado Abássida, como filósofo e cientista, adquiriu grandes conhecimentos no ramo da aprendizagem, ficou conhecido por ser um perito em línguas de outros povos.

Al Farabi viajou por muitas terras distantes e estudou por algum tempo em Damasco e no Egito, mas voltou novamente a Bagdá, até que visitou a corte do rei Saif al-Daula's em Halab (Allepo).

Transformou-se um dos companheiros do rei, e foi em Halab que sua fama se espalhou por toda a parte, tornou-se um grande um Qadi (juiz), mais tarde fez da arte de ensinar, a sua profissão, morreu em Damasco em 339 Hégira 950, com a idade de 80 anos.

Al Farabi mostrou uma competência notável no conhecimento de diversas línguas, a sua maior contribuição está na lógica, na filosofia, e na sociologia, além disso, contribuiu imensamente com à matemática, ciência, medicina e a música.

Era também um Enciclopedista, outra grande contribuição de Al Farabi na lógica foi o estudo da lógica sistemática dividindo o assunto em duas categorias: Takhayyul (idéia) e Thubut (prova).

Tentou reconciliar o Platonismo e Aristotelismo com a teologia e escreveu comentários sobre a física, lógica e meteorologia, Al Farabi era da a opinião que a filosofia e o Islam estão em harmonia.

Provou a existência do vácuo e esta também foi uma grande contribuição sua à física, no seu livro Kitab al-Ihsa al-'Ulum apresenta princípios e a classificações fundamentais das ciências.

Al Farabi escreveu diversos livros no ramo da sociologia, o mais famoso deles é o livro intitulado Ara Ahl al-Madina al-Fadila (a cidade modelo), foi uma contribuição significativa a sociologia e à ciência política.

Escreveu também livros sobre metafísica e psicologia, era um perito na música, contribuía com as notas musicais e inventava diversos instrumentos musicais, seu livro na música, intitulado Kitab al-Musiqa, é bem conhecido.

Al Farabi escreveu um grande número livros em diversos campos da ciência, foram 117 destes;

  • 43 são do ramo da lógica;
  • 7 sobre a ciência e a ética política;
  • 11 sobre metafísica;
  • 28 sobre medicina, sociologia, música e comentários.

O livro Fusus al-Hikam de Al Farabi foi usado como um livro de filosofia por diversos séculos na Europa, exerceu uma grande influência na ciência e na filosofia por diversos séculos.

Fonte: islam.org.br


Parte I

Preliminares

O Islam é, por assim dizer, a religião mais mal compreendida no Ocidente. As razões de tal incompreensão são muito variadas. Cita-se entre elas o longo confronto do cristianismo com ele. Esta longa história de confronto e conflito, contribuiu para a colocação do Islam longe do interesse de muitos, mediante a alegação de que este é antagônico e prejudicial ao Ocidente.

As perplexidades perante o Islam são precisamente as mesmas, para qualquer pessoa inteligente que tente se pôr em dia em relação ao Islam. Como é possível acessar o Islam,   se a todo instante somos confrontados, propositadamente, com manchetes e vocabulário reduzido com ressábios de reminiscências dos preconceitos respingados através dos acontecimentos da história e que cifram-no numa linguagem estranha para os não muçulmanos? Para estes, o Islam não é outro senão um conjunto arbitrário de infringências levadas a cabo por uma raça de habitantes do deserto.

O Islam é tampouco o resultado de uma cultura com estilo próprio, uma vez que toda cultura tem uma ideologia, ou melhor  um apimentado com uma certa dose de cientifismo, astrologia, naturalismo, empirismo e esoterismo, além de uma ideologia sócio-política.

O Islam não é, portanto, uma ideologia, e a afirmação contrária leva a absurdos, uma vez que as ideologias são culturalmente retrógradas e politicamente inoperantes, quando não restritivas.

Do afirmado vamos tomando consciência de que o Islam é um din com significado e estilo próprios.

Dr. Kemel Ayoubi


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