De acordo com as Nações Unidas, em Outubro foram mortos 3700 civis, um número considerado exagerado pelo Governo do país. Segundo a ONU, no Iraque morrem 120 civis por dia.
Uma fonte citada pela Reuters, sob a condição de anonimato, os 1930 civis mortos em Dezembro foram vítimas de explosão de bombas e de troca de tiros — o que o Governo refere como "terrorismo" —, não havendo nenhum caso referenciado como "crime". Esta separação entre vítimas do terrorismo e vítimas da criminalidade comum pode ser uma das causas da diferença entre os números das Nações Unidas e do Governo.
A confusão aumentou quando o Governo do país deixou de divulgar oficialmente o número de civis mortos, mas os dados do Ministério do Interior a que a agência Reuters teve acesso parecem confirmar as informações que foram sendo recolhidas pelos jornalistas ao longo do ano.
Ainda segundo os dados do Ministério do Interior, em Dezembro foram mortos 125 polícias e 25 soldados iraquianos, um número semelhante ao registado nos dois meses anteriores.
No mês passado foram mortos no Iraque 112 soldados americanos, o que elevou para mais de três mil o número total de militares dos Estados Unidos mortos desde a invasão do país, em Março de 2003.
Devido à recusa do Governo em divulgar os seus dados e às dificuldades de recolha de informação num país à beira da guerra civil, as informações avançadas pelas agências noticiosas ficam aquém da realidade, até porque não incluem os feridos que acabam por morrer dias depois de um atentado nem os civis raptados e cujo paradeiro permanece desconhecido.